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A transformação digital depende principalmente das pessoas

02-04-2019
A transformação digital depende principalmente das pessoas e da forma como as envolvemos no projeto da empresa, concordaram os oradores do painel dedicado à Economia Digital, dinamizado pela Konica Minolta, no Link Lab que decorreu terça-feira, 2 de abril, em Viana do Castelo. As intervenções, moderadas pelo jornalista Jorge Montez, mostraram as experiências de quatro empresas de setores diversos, do público e do privado, no desafio da transformação digital, um dos temas em destaque no projeto AEP Link, uma iniciativa da Associação Empresarial de Portugal com o envolvimento da Deloitte, e as parcerias da Konica Minolta, da Crédito y Caución e da Iberinform.

Carolina Afonso, diretora de Marketing da Konica Minolta, defendeu que todas as empresas têm como objetivo a transformação digital, não há uma empresa que olhe pelo seu futuro sem uma aposta no digital. Mas, explicou, esta transformação não passa apenas por ter um site na internet – isso é básico hoje em dia –, mas por ter uma presença online que seja eficiente. «O que conta é ter uma estratégia de marketing, ter uma estratégia mobile, e isto é um desafio fundamental para todas as empresas». Nesta estratégia, na sua empresa são valorizados os seguintes fatores-chave: a base tecnológica (para fornecer serviços de IT), os processos (para oferecer soluções disruptivas) e as pessoas, que são o motor da transformação digital – as pessoas certas para utilizar a tecnologia.

Já João Mendes, administrador de sistemas da Fermir - Confecções Fernandes & Miranda, Lda., explicou que a aposta nas redes sociais nesta área da produção de têxteis ainda não é muito visível, principalmente «quando trabalhamos essencialmente no produto para outras empresas». Mas, efetivamente, salientou, «para nós, o maior desafio são as pessoas: é um setor que emprega muitas pessoas de uma geração em que há muita relutância em relação à mudança e à digitalização de processos, mas não adianta investir na tecnologia sem investir nas pessoas. É muito difícil mudar as pessoas, mostrar-lhes que as tecnologias ajudam, não as vão substituir nem acabar com o seu posto de trabalho».

No setor público, José António Fernandes, diretor de IT do Município de Esposende, esclareceu que a sua maior dificuldade é comunicar com os decisores. Quando há trabalhos e iniciativas, como a construção e as obras são mais fáceis de "vender”, porque têm um impacto mais direto nas pessoas e nos votos, falar no digital implica conseguir mostrar os resultados que a transformação digital pode trazer e mostrar números, nomeadamente a forma como o investimento no digital pode ser sustentável e que mais-valias pode trazer. O que acontece, exemplifica, é que, «quando se trata de uma página de internet, o mais fácil é fazer a página, mas depois esta acaba por morrer, se não é atualizada, se não consegue motivar os utilizadores». 

Pedro Rito, diretor de logística da Painhas, SA, salienta que o mais importante é envolver as pessoas: «O primeiro passo é incluir e envolver as pessoas no processo de transformação, porque se não estiverem envolvidas vão estar contra; o segundo é formar a pessoas para utilizar as tecnologias, porque não adianta ter uma empresa tecnologicamente avançada se as pessoas nãos sabem trabalhar com essa tecnologia».

Concordando com esta afirmação, Carolina Afonso acrescentou que «as pessoas são uma aposta essencial para uma empresa que se quer manter na crista da onda da inovação tecnológica. E nós temos todo o tipo de pessoas, de gerações distintas, mais e menos digitais, pelo que a questão é como capacitar estas gerações e fazer com comuniquem entre si, com benefícios para ambas – este é um fator essencial para a empresa crescer».

Quando ao "estado da arte” da transformação digital, João Mendes defende que nas PME ainda há um caminho muito longo a percorrer para integrar o digital no seu DNA. Mas, salienta Pedro Rito, neste momento é uma obrigação para as PME adaptarem-se ao mercado, é uma imposição: «Se não estivermos adaptados ao mercado, vamos ter os dias contados”.

Tendo em conta a rápida obsolescência das tecnologias, o outsourcing pode ser uma solução importante porque as empresas tecnológicas podem "entrar” na empresa e trabalhar em cocriação para aportar soluções para o cliente do cliente, concluiu Carolina Afonso.

O Link Lab de Viana do Castelo terminou com um painel dinamizado pela CEVAL, que trouxe ao encontro dois exemplos de empresas da região, a Tobogã, fundada por Joel Pereira, e a Ergontotis, criada por Vitor Manso.

Joel Pereira explicou que a empresa trabalha o turismo de natureza, usando o desporto como ferramenta ao serviço do turismo. Sendo uma empresa monodisciplinar, dedicada a uma área concreta, a cooperação com outros fornecedores é essencial, para poder dar uma resposta completa, à medida dos objetivos dos clientes. Já Vitor Manso, fundador da Ergontotis, mostrou a sua experiência na criação do projeto da empresa, que se foca na produção de camisas por medida. A empresa foi criada há um ano e meio e enfrentou muitos desafios, desde logo na aquisição de parcerias.

Os Link Labs continuam com um encontro na próxima terça-feira, dia 9 de abril, no Altice Forum Braga, em Braga, pelas 9h00. O projeto AEP Link é cofinanciado pelo Compete 2020, pelo Portugal 2020 e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).


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