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Falta de criação de valor e instabilidade fiscal são problemas estruturais da economia portuguesa

02-04-2019
No painel sobre investimento do primeiro encontro do Projeto AEP LINK, que decorreu em Viana do Castelo a 2 de abril, foram analisados os principais obstáculos ao investimento em Portugal, tendo em conta o investimento historicamente baixo que se regista, sendo que a esmagadora maioria do investimento efetivado é proveniente de fundos comunitários. Promovido pela Iberinform, e moderado pelo jornalista do Diário do Minho Francisco de Assis, o painel contou com a intervenção de João Castro Pinheiro, diretor geral da Netinvoice, que considerou existirem dois problemas estruturais na economia portuguesa: a não criação de valor e a instabilidade fiscal. Isto significa que, se por um lado as empresas não têm estabilidade fiscal para saber com que regras investem no médio e longo prazo, por outro lado há uma grande dificuldade de liquidez decorrente da dificuldade de criação de valor, que se reflete nomeadamente no fundo de maneio/tesouraria e no investimento.

«Não há investimento porque não há capacidade para equilibrar tesouraria sem recorrer a endividamento. Colocando-me na posição do empresário português, não devo estar 100% apoiado em dívida para financiar a minha tesouraria e me manter ativo, é errado e penaliza as empresas, por não alocar dívida corretamente - em investimento -, e consumir os parcos limites de crédito disponíveis em instrumentos de curto prazo, como o factoring ou contas caucionadas.»

Cumulativamente, as dificuldades de liquidez criam dificuldades de pagamento entre negócios, «que são muito penalizadoras para todo o tecido empresarial. Felizmente existem instrumentos, como a Netinvoice, que permitem equilibrar a tesouraria sem recorrer a dívida, melhorando inclusivamente os rácios de balanço, o que terá um impacto no momento de abordagem às muitas ferramentas de investimento disponíveis, que em conjunto permitem equilibrar esta questão e dar ao mercado o fôlego de que precisa para crescer, porque temos de facto dos empresários mais empreendedores, abnegados e corajosos que há». Também Pedro Magalhães, diretor de negócio da IFD, considera um dos fatores de entrave ao investimento o acesso a financiamento, considerando que a customização de soluções a este nível é absolutamente essencial porque «as soluções que servem uma empresa não servem outra».

As formas que as empresas têm encontrado para contornar a difícil realidade pós troika

Moderada por Marco Araújo, do jornal O Minho, a mesa sobre Inovação, dinamizada pela Crédito y Caución, abordou as formas que têm encontrado as empresas para contornar a difícil realidade pós troika. Nuno Neves, diretor executivo da Neves & Neves, partilhou a sua experiência, admitindo que «sacrificando fortemente as margens de negócio. É penalizador, e é com dificuldade que nos readaptamos». Para o empresário arriscar e inovar «é complicado, porém, todos os dias tentamos acrescentar valor ao nosso serviço, envolvendo os colaboradores para prestar um serviço de qualidade, um pacote de produtos integrado aos nossos clientes, para que eles se possam concentrar na sua atividade».

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Joana Santos, diretora da ESTG do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, analisou o papel das instituições de ensino e da formação para que os jovens promovam a inovação nas empresas que irão integrar. Para a docente, passa por vários fatores, nomeadamente pela coesão territorial e pela mudança de paradigma: «Estamos a mudar a forma como trabalhamos, mais para fora, e as empresas também têm de nos ver como parceiro». 

«A cooperação direta com o mercado é crítica», considera, «estamos a criar talento para as organizações, a sociedade tem que se apropriar desse talento. É essencial que as empresas nos contactem e nos apresentem os seus projetos, nos desafiem para trabalharmos em conjunto». «Temos empresas completamente envolvidas no nosso processo formativo, e que percebem que isso lhes traz valor, e que contribui para a inovação, porque prepara os estudantes para as necessidades do mercado».

Nuno Neves considerou a parceria escola-empresas muito importante, destacando a importância dos estudantes integrarem mais cedo as empresas «para viverem o contexto-empresa durante o processo de formação, e termos profissionais mais preparados».

Júlio Soares, membro do conselho de administração da CCAM Noroeste, destacou a grande vontade de inovar dos empresários portugueses, e salientou a importância da confiança e proximidade, relevando a necessidade de se colocar «nos "sapatos” dos clientes». Partilhou ainda os fatores que contribuem para tornar um projeto mais propício à obtenção de financiamento: «há que analisar a credibilidade e a capacidade de comunicação; ter projetos realistas e bem estruturados, com contas bem feitas e a demonstração de resultados». 

O projeto AEP Link é cofinanciado pelo Compete 2020, pelo Portugal 2020 e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).


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