AEP Link POCI-02-0853-FEDER-036026 Abrir Menu
 

O AEP Link vai medir a percentagem de empresas que aderem a atividades de inovação

28-11-2018


O vice-presidente da AEP-Associação Empresarial de Portugal, explica em que consiste o projeto AEP Link e quais os desafios a que se propõe para dinamizar a relação entre os diferentes stakeholders do tecido empresarial nacional. A par disso, Miguel Ribeiro falou ao Link to Leaders dos programas que a AEP tem em curso para apoiar as PME nacionais.


Desenvolver práticas de colaboração entre as pequenas e médias empresas nacionais, os investidores e outras entidades, de forma a promover a competividade, é o ponto de partida do novo projeto da Associação Empresarial de Portugal, o AEP Link. Cofinanciado pelo Programa Operacional COMPETE 2020, vai ter como foco geográfico as regiões do Norte, Centro e Alentejo.


O projeto foi apresentado na semana passada, e Miguel Ribeiro, vice-presidente da AEP-Associação Empresarial de Portugal, traçou ao Link to Leaders as linhas gerais desta iniciativa que quer promover a cooperação entre as PME e  os seus diversos stakeholders.


Como surgiu a ideia de criar o projeto AEP Link?

Este projeto começou a ser desenhado no início de 2017, num processo de brainstorming que nos levou a construir ações para colmatar algumas das falhas de mercado relativas à competitividade das micro e PME nas regiões de convergência, Norte, Centro e Alentejo. Os estudos disponíveis apontavam o investimento, a inovação e a digitalização como os três fatores críticos de competitividade mais prementes, pelo que são esses que abordamos no AEP LINK.


Qual o objetivo?

O objetivo principal é promover a cooperação entre as PME com múltiplos stakeholders, dinamizando um conjunto de atividades através de um dashboard interativo e de uma plataforma digital colaborativa, que permitem pesquisas por setor e região NUTS III nos fatores críticos de competitividade em apreço – digitalização, inovação e investimento.


Porquê construir uma rede com 1.200 empresas, 22 associações empresariais, 12 CIM (Comunidades Intermunicipais) e 8 universidades associadas ao AEP Link?

Portugal carateriza-se por uma estrutura empresarial atomizada e fragmentada, com baixo grau de cooperação entre PME e diversos stakeholders. A percentagem de PME nacionais que reportam atividades de inovação e cooperação, com outras empresas ou entidades, é ainda significativamente abaixo da média da UE, como fica patente no European Innovation Scoreboard.


Neste contexto, a AEP tem a missão de trazer e robustecer o capital de cooperação começado com outras iniciativas, com especial enfoque para o projeto Novo Rumo a Norte. Para promover e fomentar a inovação entre empresas e fontes de inovação externas, assim como assegurar a inserção das empresas na economia digital e no acesso aos investidores, considero ser imprescindível o diálogo entre todo o ecossistema empresarial: micro e PME, entidades do SCT, parques empresariais, investidores, empresas de maior dimensão, associações empresariais, municípios, CIM. Dada a dispersão geográfica do projeto no território nacional, procuramos trazer ao projeto o máximo de representações empresariais e institucionais, para maximização de resultados.


E para além da AEP, que outras entidades apoiantes estão ligadas ao projeto?

A AEP entendeu que a pertinência deste projeto para a tipologia de empresas em questão justificava o cofinanciamento público do mesmo, tendo sido aprovada a candidatura submetida ao Compete2020. No entanto, fomos mais além e agregamos o apoio de outras empresas que de imediato viram o potencial de impacto do projeto, designadamente a Deloitte Consultores para a execução do projeto, a Konica Minolta, como parceiro tecnológico, e também a Iberinform e a Crédito y Caución.


E qual será o impacto do projeto nas regiões do Norte, Centro e Alentejo?

O impacto será verificável essencialmente em duas dimensões. Numa primeira vertente, desenvolvimento de práticas de colaboração – cooperação e coopetição – entre PME e destas com múltiplos stakeholders no âmbito dos fatores críticos de competitividade da inovação, do investimento e da economia digital. Procura-se alcançar a desmaterialização de processos com clientes e fornecedores por via da utilização das TIC, quer no âmbito do mercado nacional, naturalmente com um cariz de maior proximidade, quer no âmbito da integração das PME em cadeias de valor internacionais. A criação de uma plataforma colaborativa digital online de acesso livre será fundamental para identificar o matching de oportunidades de colaboração e negócio entre as PME, e com os stakeholders.


A aposta na melhoria dos fatores críticos referidos irá promover a produtividade e a competitividade do tecido empresarial – com benefício em termos de posicionamento na cadeia de valor – e assim contribuir simultaneamente para a internacionalização da economia, o incremento das exportações e a substituição competitiva de importações por produção nacional, tudo concorrendo para um reforço sustentável do potencial de crescimento económico, do nível de emprego e do bem-estar dos cidadãos.


Numa segunda vertente, com a obtenção e produção de informação económica sobre as PME, por setor empresarial e por NUT III das regiões onde decorrem as atividades, relativamente aos fatores críticos de competitividade referidos, além de informação conexa e transversal sobre o desempenho financeiro, vai ser possível difundir informação estratégica às PME e identificar a sua performance competitiva nesses domínios. Esta informação possibilitará a deteção de assimetrias e necessidades de valorização da atividade das empresas ao nível desses fatores críticos e, complementada com a auscultação do perfil dos investidores e das necessidades de colaboração das PME nessas áreas críticas, irá promover o surgimento de oportunidades de cooperação entre PME e com a rede de stakeholders.


De que forma o portal aeplink.pt irá facilitar o desenvolvimento do negócio das PME portuguesas?

O portal aeplink.pt vai permitir que empresas, investidores e entidades de apoio a empresas, nomeadamente instituições de ensino superior, incubadoras, associações empresariais, parques empresariais, municípios e centros de investigação, possam anunciar oportunidades de cooperação em necessidades concretas num e-marketplace simples e intuitivo. Permitirá, ainda, que os interessados por qualquer oportunidade possam aceder a informação mais detalhada e, mantendo-se o respetivo interesse, promover a interlocução direta.


Quais as iniciativas que têm previstas ao longo do projeto AEP Link?

Para além do evento de apresentação e networking que decorreu no dia 22 de novembro, e do e-marketplace de que falei anteriormente, vamos desenvolver múltiplas atividades até abril de 2020. Destaque para a dinamização do dashboard interativo da performance empresarial, já disponível em www.aeplink.pt. De referir que esta ferramenta será atualizada em permanência com informação estatística e com os resultados das demais atividades do projeto.


Vamos também realizar um diagnóstico às necessidades de colaboração, fornecimento, investimento e desenvolvimento de inovação das PME e de inserção das PME na economia digital e um diagnóstico ao perfil dos investidores, através da realização de inquéritos. Este projeto terá também como produto, a realização de um estudo de boas práticas de colaboração/cooperação nas PME europeias e nacionais na utilização de ferramentas digitais.


Em termos de sessões, que vão permitir a participação de diferentes interessados, realço a importância de 12 Link Labs, momentos coletivos e presenciais de experimentação do portal AEP LINK, bem como a realização de sessões de focus group com os principais stakeholders regionais do projeto para registo da satisfação e desenvolvimento de melhorias na experiência do utilizador. Encerraremos o projeto com o Link Talk Day, momento de devolução dos resultados alcançados a toda a comunidade.


O projeto contempla ainda a disponibilização de um dashboard interativo para análise da performance empresarial nas diferentes NUTS III de Portugal. Como irá funcionar este dashboard?

O dashboard já está disponível em www.aeplink.pt e permite obter uma análise regional – NUT III Norte, Centro e Alentejo – e uma análise setorial, segundo a divisão da CAE Rev.3. Os temas abrangidos são economia regional, performance, investimento e pessoal. Sendo um instrumento evolutivo, nos próximos meses acrescentaremos informação na dimensão da Digitalização e da Inovação e incorporaremos os resultados dos diagnósticos previstos.


Quais têm sido os maiores desafios que as PME portuguesas têm encontrado?

Há desde logo o desafio da dimensão, da escala, que condiciona a integração das PME em cadeias produtivas mundiais e em polos de especialização. Este é o primeiro fator que as iniciativas de promoção da cooperação, como o AEP LINK, tentam mitigar. A escassez de recursos acaba por gerar também um fraco desenvolvimento de novas áreas, como a digitalização da indústria, nas PME. Assim se explica a baixa intensidade de I&D empresarial, exigindo uma maior ligação ao SCT, o segundo desafio que aqui registo. Finalmente, para simplificar a análise, temos o baixo nível de investimento (incluindo em Private Equity, essencial para PME endividadas) e stock de capital por trabalhador (muito inferior à UE), limitando o potencial de crescimento económico.


Na avaliação da AEP quais as principais necessidades das PME e o que pode ser feito para as colmatar?

Há um conjunto de dossiês que têm estado na agenda da AEP e que correspondem, naturalmente, a necessidades e preocupações das empresas. Estamos a falar do estímulo ao investimento empresarial e da redução dos custos de contexto, nomeadamente de energia. Por outro lado, consideramos que os processos de financiamento, crescimento e internacionalização das PME devem ser cada vez mais ágeis e devidamente informados. A AEP, através de diligências próprias em fase de discussão do próximo Orçamento de Estado, e também através da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, tem defendido medidas que não comprometam o crescimento e competitividade das empresas.


Que resultados se esperam atingir no AEP Link?

Os resultados são, em larga medida, os que descrevi quanto ao impacto para as regiões Norte, Centro e Alentejo. Posso acrescentar que este projeto vai medir, entre as PME com participação no projeto, a percentagem daquelas que que manifestam a intenção de aderir a atividades de inovação na empresa e as que consideram útil a informação, metodologias ou ferramentas disponibilizadas no âmbito do projeto.


Como podem as PME consultar mais informações e participar no AEP Link?

Através da landing page que já está online, sendo possível enviar um pedido de contacto para saber mais sobre o projeto.


Que outras iniciativas tem a AEP em carteira para promover o tecido empresarial português?

A AEP desenvolve uma intensa atividade tendo como foco a promoção da atividade empresarial e, nessa medida, temos várias iniciativas em permanência, que passam pela formação em diferentes níveis, pelos serviços de caráter informativo às empresas ou pelo apoio à internacionalização. Contudo, destaco aqui algumas iniciativas de diferentes âmbitos, pela sua atualidade e relevância:


O Finance for Growth, um programa de capacitação que chegará às empresas em 2019 e que materializa uma das medidas do programa Capitalizar. Vamos apoiar as empresas mais ambiciosas, dinâmicas e inovadoras na sua próxima etapa de crescimento e internacionalização, através de informação e capacitação facilitadoras do acesso a fontes de financiamento, com o envolvimento de investidores, financiadores, especialistas de mercado, analistas, auditores, universidades e reguladores.


O N-Invest, uma iniciativa que visa elencar e classificar espaços vocacionados para a fixação empresarial em prol da atração de investimento produtivo e aumento da competitividade das empresas. Paralelamente, estamos a produzir informação socioeconómica à escala municipal que é difundida via plataforma digital. Acresce a prestação do serviço de orientação ao investidor.


O Formação PME, um programa do qual a AEP é organismo intermédio com contrato de delegação de competências no âmbito dos projetos de formação-ação, na Prioridade do Investimento 8.5 "Adaptação dos trabalhadores, das empresas e dos empresários a mudança”. Este programa permite o reforço de competências dos empresários e gestores para a reorganização e melhoria das capacidades de gestão, assim como dos trabalhadores das empresas.


O Business on the Way, o programa em que assenta o apoio à internacionalização das empresas, atividade que a AEP desenvolve de forma sistemática desde 1990. Desde então organizamos, individualmente ou através de parcerias com outras entidades, mais de 492 ações em mercados externos envolvendo um total de cerca de 6.075 empresas, entre missões empresariais (sectoriais ou multissectoriais), participações coletivas em feiras internacionais, mostras temporárias de produtos e showrooms.


O Portugal Sou Eu  é um programa que visa a valorização e promoção dos produtos e serviços nacionais. Tem como objetivo mobilizar o país para  o desígnio do crescimento económico, evidenciando a importância social e económica de um consumo informado, e da produção de bens e serviços com forte incorporação nacional e consequentemente, relevante contributo para a economia do país.

Política de Cookies

Ao continuar a sua navegação está a consentir a utilização de cookies que possibilitam a apresentação de serviços e ofertas adaptadas aos seus interesses. Pode alterar as suas definições de cookies a qualquer altura. Saiba mais aqui

Compreendi