«Os empresários devem ter uma mente aberta e não ter medo de ver coisas novas»
«Os empresários devem ter uma mente aberta e não ter medo de ver coisas novas, para poderem aplicá-las às suas empresas. A cooperação é fundamental, porque vamos aprender com os outros, e fazer crescer as nossas empresas», desafiou Pedro Sardinha, diretor da Crédito y Caución, durante o LINK LAB BEJA, uma iniciativa no âmbito do projeto AEP Link, que promove a cooperação entre as PME e outros stakeholders, e que decorreu na manhã de hoje, dia 29 de outubro, na CIMBAL – Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo.
Júlio Boga, senior account manager na Deloitte, moderou o painel sobre Inovação, promovido pela Crédito y Caución, que contou com a participação de Fátima Duarte, diretora executiva do CEBAL – Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo, e de Pedro Sardinha.
À questão sobre os principais constrangimentos nas suas áreas de atuação, Pedro Sardinha destacou que a vontade das pessoas em fazer coisas novas é relevante, mas não chega ter uma boa ideia. «É preciso acompanhar os tempos. Falta a proximidade ao mercado e saber acompanhar a empresa. Temos bons exemplos no nosso país ao nível da cooperação. A nossa dimensão nacional não nos permite estarmos sozinhos, pelo que têm de existir mais apoios para as empresas conseguirem evoluir.»
«Este é um território disperso, com micro e pequenas empresas, e um dos desafios é a necessidade de dar apoio tecnológico às empresas. Temos consciência que as grandes empresas têm as suas próprias unidades de formação, que leva aporte ao seu negócio, mas ainda assim estão abertas a algumas parcerias externas», afirmou Fátima Duarte. «Iniciámos uma aposta muito grande na transferência de tecnologia. Fazemos o levantamento das reais dificuldades das empresas e os seus problemas, e tentamos que o conhecimento se vá infiltrando no território, com uma abordagem mais integradora, em conjunto com essas empresas.»
No âmbito da inovação, Pedro Sardinha sublinhou que tentam inovar «ao desmaterializar as coisas, e interagir com os sistemas internos dos nossos clientes. Somos parceiros, investimos no serviço ao nosso cliente e apostamos nessa relação». Fátima Duarte descreveu a forma como são ativos com as empresas. «A nossa área de atuação é na valorização dos produtos endógenos, onde temos um grande leque de abordagem. Temos um processo muito dinâmico na linha do serviço, da transferência do conhecimento, e no desenvolvimento de projetos. A nossa prioridade é capacitar os nossos recursos, e assim conseguimos aportar esse conhecimento para outros», terminou Fátima Duarte.
«Temos capacidade para sermos tão bons como os melhores, só precisamos das condições para nos desenvolvermos»
«Temos capacidade para sermos tão bons como os melhores, só precisamos das condições para nos desenvolvermos» afirmou Fernando Romba, primeiro secretário da CIMBAL, no painel dedicado à cooperação, promovido pela CIMBAL, e moderada por Gonçalo Silva, strategy & operations consultant na Deloitte, que ainda contou com a participação Isabel Benedito, coordenadora do Grupo de ação local da ESDIME – Agência para o Desenvolvimento Local no Alentejo Sudoeste, e de Filipe Pombeiro, presidente de direção da NERBE/AEBAL – Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral.
Na questão de como aumentar a cooperação para fixar as pessoas no território, Fernando Romba afirmou que «as autarquias são um bom impulsionador. Tem sido feito um bom trabalho aqui no Baixo Alentejo, onde temos uma qualidade de vida boa, com uma boa oferta cultural. A sensibilidade dos autarcas tem ido ao encontro das necessidades da população».
Isabel Benedito destacou que trabalhar em cooperação é fundamental para se poder agir em determinados problemas do território, pois ajuda a perceber os fatores críticos e a encontrar soluções para os resolver. «Os atores políticos são os mais próximos com as pessoas e ajudam-nos na nossa atuação.» Filipe Pombeiro ressalvou que «têm de existir mais medidas ao nível dos impostos e das políticas públicas do poder central. As câmaras devem ter a prioridade de fixar e captar mais investimento, para capacitar as nossas empresas para que sejam cada vez melhores».
Sobre os casos de sucesso, Fernando Romba destacou o projeto SI2E, que apoiou 30 projetos, triplicou a dotação inicial do investimento, e teve um impacto muito positivo no território, fomentou a economia local, e conseguiu potenciar emprego. Isabel Benedito acrescentou que é importante avaliar quando os projetos falham, analisar e perceber as soluções para ter sucesso. «Há um conjunto de fatores que devem ser valorizados, como o património e a oferta de tempo, o que deve ser mais trabalhado no marketing territorial. Há muitos intervenientes neste trabalho, mas temos de trabalhar de forma mais convergente.»
Filipe Pombeiro concordou e realçou que «estamos melhores hoje do que há dez anos, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Além das estratégias em cooperação temos hoje várias dinâmicas na região. Vamos ter a Incubadora do Alentejo, que nos ajuda a centralizar».
Isabel Benedito falou do desafio de desenvolver um processo ao nível regional e trabalhar o apoio ao empreendedorismo e à criação de empresas. «Estamos a trabalhar na capacitação das pessoas, com o envolvimento de entidades e associações empresariais, sobretudo através da dinamização de missões a países com boas práticas que possam ser replicadas aqui no território.» Filipe Pombeiro rematou explicando que «temos um conjunto de novas dinâmicas que temos de aceitar e incentivar. Há uma nova realidade com novas oportunidades que, em conjunto com outras entidades, que potenciam a que o futuro seja risonho».